O brincar é uma das formas mais comuns do
comportamento humano, principalmente durante a infância.
De acordo com as orientações curriculares
(1997) a criança possui uma natureza singular, que a carateriza como ser que
sente e pensa o mundo de uma forma muito própria. Nas interações que estabelece
desde cedo com as pessoas que lhe são próximas e com o meio que a circunda, a
criança revela o seu esforço para compreender o mundo em que vive.
Através
do brincar, ela pode desenvolver capacidades importantes como a atenção, a
memória, a imitação, a imaginação. Ao brincar, explora e reflete sobre a realidade
e a cultura na qual está inserida, interiorizando-a e, ao mesmo tempo,
questionando as regras e papéis sociais. O brincar potencia o desenvolvimento,
já que assim aprende a conhecer, aprende a fazer, aprende a conviver e,
sobretudo, aprende a ser. Para além de estimular a curiosidade, a autoconfiança
e a autonomia, proporciona o desenvolvimento da linguagem, do pensamento, da
concentração e da atenção.
O
brincar apresenta caraterísticas diferentes de acordo com o desenvolvimento das
estruturas mentais. Segundo Piaget, entre
os 2 e os seis/sete anos de idade -
a simbologia surge com um papel fundamental nas brincadeiras, como são exemplo:
o "faz de conta", as histórias, os fantoches, o desenho, o brincar
com os objetos atribuindo-lhes outros significados, etc.
O
jogo simbólico oferece à criança a compreensão e a aprendizagem dos papéis
sociais que fazem parte da sua cultura (papel de pai, de mãe, filho, médico,
etc.).
O
brincar com alguém reforça os laços afetivos. Um adulto, ao brincar com uma
criança, está-lhe a fazer uma demonstração do seu amor. A participação do
adulto na brincadeira eleva o nível de interesse, enriquece e estimula a
imaginação das crianças.