terça-feira, 25 de outubro de 2011

Um livro que vale a pena ler

Quando eu nasci”, de Isabel Minhós Martins e Madalena Matoso, Planeta Tangerina,
Pelas páginas deste livro desfilam algumas das descobertas que acontecem a partir do nascimento: A aventura do respirar, do provar, do sentir…
Quando eu nasci nunca tinha visto nada.
(…)Quando eu nasci nunca tinha visto o sol, nem uma flor, nem uma cara.
Eu não conhecia ninguém, nem ninguém me conhecia a mim.
(…) Quando eu nasci nunca tinha visto um passarinho, nem sabia que havia animais com penas, outros com escamas e outros com pêlos, como o meu cão.
(…) Quando eu nasci era tudo novo, tudo por estrear.
(…)A minha boca ficou espantada quando descobriu o que era capaz:
De chorar muito alto.
De rir com vontade.
De chamar as coisas pelo seu nome.
De dizer palavras feias e bonitas.
De dar beijinhos e deitar a língua de fora.
De provar leite, sopa, iogurtes e frutas.
De saborear todos os sabores.
(…) O meu nariz também ficou surpreendido…
(…) A toda a hora, a todo o segundo, traz-me ar fresquinho e cheiros novos.
Há uns de que eu gosto muito:
O cheiro do colo da minha avó.
O cheiro das papas de manhã.
(…)O cheiro do meu champô.
(…)Lá dentro da barriga da minha mãe, tinham-me chegado algumas vozes, o som de alguns instrumentos.
Mas eu podia lá imaginar…
Que as ondas falam de cá para lá.
Que as árvores, quando o vento canta, canta também.
Que é tão bom quando alguém nos fala baixinho ao ouvido.
(…) Quando eu nasci nunca tinha brincado com pedras, nunca tinha mexido na terra, nem feito túneis na areia. As minhas mãos nunca tinham tocado em nada, só uma na outra.
(…)Quando eu nasci as minha mãos começaram logo a perguntar:
Que é isto? Quem és tu?
E desde então nunca mais pararam, sempre a descobrir e a aprender, a abrir e fechar portas.
Com elas já aprendi que há coisas macias e outras que picam.
Que há coisas quentes e outras frias.


Com as minhas mãos chego a todos os lugares e, quando não consigo lá chegar, ponho-me em biquinhos dos pés.
Porque os meus pés, quando eu nasci, ainda não sabiam andar.
Mas aprenderam depressa e desde então levam-me a toda a parte, fazem-me correr e dançar e dar saltos no colchão.
Quando eu nasci não sabia quase nada.
Agora, pelo menos, uma coisa já aprendi.
Ainda há um mundo inteiro por conhecer…
Mas uma coisa também é certa.
Todos os dias descubro sempre mais um bocadinho.
E isso é a coisa mais fantástica que há!”

1 comentário:

  1. Susana (Mãe Alexandra)26 de outubro de 2011 às 12:17

    Muitos parabéns por este post. A mensagem é muito bonita e foi muito bem escolhida e apresentada! Continuação de bom trabalho.

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